sexta-feira, 30 de março de 2007

Meninos & Meninas

Quando pequena nem sabia o que significavam, olhava e ficava sem entender o por que de tanta ou da pequena diferença...
Claro; conforme fui crescendo já os identificava, mas admito que confundia sempre um com o outro...Não! Não confundia meninos com meninas, e vice-versa...Mas confesso, não entendia a diferença dos símbolos.. Hoje eu sei é claro(aprendi há algum tempo).
Como "decorei" qual era um e qual era o outro? Simples as pequenas/grandes lições do nosso dia-a-dia...

Sempre acabava indo pelos outros e geralmente acertava, mas, como todo mundo, já entrei no banheiro errado...Em um belo dia tomei vergonha na cara e criei uma forma de memorizar os benditos símbolos; já tinha idade suficiente para saber o por quê de cada um ser do jeito que era, segundo minha própria compreensão...
Menino é por ter um senso direcionador que, quando realmente encontra seu alvo, aponta para cima e avante! Infelizmente (ou não) é movido (por isso da seta) por algo que o impede de não seguir seus instintos que acabavam se manifestando fisicamente; Conforme vai crescendo, aprende a controlar, de certa forma, a parte física do tal índice, mas o lado original deste diferenciador sempre acaba predominando algumas vezes em certas atitudes, pensamentos e até no comportamento em geral.
Menina é o próprio “alvo” (talvez por ser ou ter o objeto da mira e possui, por concepção, o objeto de desejo, que pode ser facilmente observado e localizado se forem levadas em consideração as coordenadas de longitude (-) e latitude (?) - por isso da cruz: +, que marca o local do perseguido "tesouro"); o alvo fica localizado nas partes baixas e lá se mantém, independente de qualquer fator, direcionador, atitude, pensamento ou comportamento.

Enfim, desta forma, obviamente depois de já ter tido a famosa conversa sobre as abelhas e o esclarecimento sobre a falsa função da Dona Cegonha, consegui decorar o significado de e as características de cada um.
É só saber quem é a flecha e quem é o alvo...Posso afirmar que não entrei mais no banheiro errado(até porque muitos viraram unissex)!
Hoje em dia, no entanto, alguns fundamentos das interpretações que tinha feito acabaram variando (*rs*) pelo chamado "estilo de vida moderno", mas o conceito permanece o mesmo! Espero que continue assim, levei um bom tempo para entender...
Já há quem diga que existem 11 sexos, mas eu relevo o fato...
Se já foi difícil entender a simbologia de 2, imagina de 11!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Amor, Paixão e Futebol

“... Nos bons e nos maus momentos...”, não sei bem por que, mas, sempre que escuto esta frase lembro-me de casamentos duradouros, fato raro em dias atuais... Ou quando escuto "...Na saúde e na doença" lembro que meus pais, fariam 47 anos de casados..."Na riqueza e na pobreza"..lembro da união de duas pessoas amigas que se amam, se respeitam e se completam...

Futebol também é assim, une a pessoa ao seu clube, nas vitórias e nas derrotas; não há forma de mudar, é algo que ultrapassa qualquer razão... Aí fiquei pensando, é esta a essência do amor, não há razão que explique, mas não há quem não entenda, não há quem não ame...
Claro que não escolhemos o local que nascemos; nem sabemos por antecedência das nossas responsabilidades, obrigações e principalmente, dos nossos direitos; assim como e por qual seleção iremos torcer. É natural, e claro sem questionamentos, que seja a seleção de nossa Pátria... Admito que algumas vezes questiono se realmente vale a pena torcer pela seleção (com este des-governo); e, cá entre nós, são poucos os casos onde se torce contra “sua própria” seleção; o que há são alguns casos de alienação, ou até mesmo indiferença...
Pensando assim dá para perceber que seleção é uma paixão momentânea, daquelas que pede passagem, guardamos na memória por instantes...
Quando diz-se que o país entra de chuteiras no gramado, o que realmente nos interessa é que um ou alguns jogadores representam nosso clube; ou seja leva para seleção um pedacinho de nosso verdadeiro amor...O Clube de Futebol...
Para o torcedor apaixonado viver o dia a dia do clube, faz parte do nosso cotidiano, faz parte de nossa vida assim como tudo o que nos torna um ser pensante repleto de sonhos, sentimentos, alegrias e frustrações. O amor, vivido diariamente, aumenta a intensidade da dor diante do fracasso da derrota, assim como o desdém da pessoa amada; ou o prazer, a alegria e o sentimento indescritível no momento da vitória ou do beijo tão aguardado...
Assim é o amor, alegria e tristeza, intenso e sem razão...
Assim é o futebol, a paixão pelo clube, alegria e a tristeza...
Amor surge sem explicação, sem esperarmos, de repente ele está lá, tornando nossos dias mais felizes, ensolarados e com uma brisa suave que toca nosso rosto, nos dá um certo rubor, e sem querer parecer piegas, torna o dia-a-dia da nossa vida algo melhor; o amor não tem um porquê único, há um conjunto de variáveis, fatos e condições que nos levam a este estado que nos faz literalmente levitar...Quem ama sabe que não está só, é o que nos faz dar aquele sorriso assim que acordamos; e claro, nos proporciona uma aura de tranqüilidade e segurança em nossas noites de sono...
Costumo dizer que o amor, para mim, é algo inexplicável repleto de bolinhas coloridas, que enche a vida de alegria...
Concordo que é difícil dizer à razão o que leva alguém a torcer por um clube, ao menos aqueles que não sofreram a influência direta de um ente querido...Influência direta ou indireta, explicada ou não, este amor nasce, cresce e permanece ao longo dos tempos; ganhe ou perca, não há mais como mudar, e nada de “virar casaca”. Mudar de clube é uma heresia digna de quem não gosta de esporte, afinal vencer é um pequeno, mas importante detalhe....Aliás, vencer nem sempre é um detalhe; mas, é a única razão do jogo... Para alguns vencer pode significar estar ou não feliz, podendo ser uma das variáveis que compõe nosso humor...
Pensando bem, a seleção é a paixão, momentânea e ocasional; Sendo assim o clube que torcemos representa o amor, repleto de paixão, que no dia a dia nos conquista e se renova, nas alegrias e nas tristezas, nas horas boas e nas ruins, para sempre...
Aí percebo que prefiro viver este amor, intenso, todos os meus dias, do que me resguardar, ter medo de amar, medo de perder; viver, conviver, amar, ser feliz...
Afinal há muito mais em um domingo de sol do que simplesmente sol de domingo...

Obs.: Crônica original publicada em maio de 2004 .
E reeditada hoje ao me perceber grudada por mais de 90 minutos em frente a Tv

sexta-feira, 16 de março de 2007

Sinais dos Tempos

Zapeando pela internet à procura de novas tendências, notícias, curiosidades e afins deparei-me com a seguinte manchete...

“... Grupo armado rouba galinhas em Ituverava. Seis homens armados com um revolver. Roubaram todas as 50 galinhas do Sítio Serra Azul.”

Caramba, roubaram as galinhas...Não foi um simples roubo de quintal, onde antes o propósito para tal ato seria somente o de fazer uma canja, cozinhar ou assar... pelo jeito não mais...
Pelo visto o crime organizado chegou ao setor das aves...

Pergunto-me realmente aonde iremos parar deste jeito? E as galinhas? Será que alguém esta pensando nesta minoria tão deliciosa e essencial ao nosso dia-a-dia?
Traumas como este pode ocasionar uma verdadeira caça aos ovos...
Será que irão criar uma delegacia especial? Algo do tipo: Grupo Anti-Sequestro aos Galináceos; Algum Disk Denúncia das Penosas? Será que irá merecer espaço no Retrato Falado ou Reportagem especial no Globo Repórter?
Enfim... o fato é tão bizarro, tão titica de galinha (coitadinhas) que realmente merece este penoso texto...

Moacyr Scliar foi feliz em escrever em sua crônica sobre a notícia que o "progresso chegou ao galinheiro". E, que hoje o roubo de galinhas é uma “operação de larga escala, levada a cabo por grupos organizados e armados, que não temem sequer a gripe aviária...”

Como se não bastasse o destino destas criaturas sempre por um fio (o da faca naturalmente), estas pobres portadoras de penas terão um tormento a mais com que se preocupar, pois a qualquer momento estas coitadinhas correm o risco de serem arrancadas de seu lar-doce-lar, ou seja, de seus galinheiros... E, o que será de toda uma geração de pintos órfãos separados de forma brusca de suas mães?...Piu..Piu...Piu...Irão necessitar de acompanhamento psicológico é claro! Afinal alguns dos pintos de hoje poderão vir a ser os galos de amanhã, ou não... E o galo? Onde estava? Pensando bem, devia estar descansando, antes de o sol raiar... Também, agüentar 50 galinhas não deve ser nada fácil; mas quem manda ele cantar de galo; Pois se antes “cantar de galo” era expressão de força, masculinidade e/ou o sinônimo máximo de quem manda no terreiro (ops galinheiro), hoje em dia piar baixinho é sinônimo de sobrevivência de uma espécie...em todos os sentidos é claro!!!

Onde será que foi parar o tempo em que o galinheiro era tão somente o reduto de brincadeiras da casa da avó... aquele lugar que respirávamos titica, nos divertiámos e sentíamos paz; onde escondíamos ou trocávamos os ovos; onde a disputa era tão e somente por aquele ovo vermelhinho, pois dele viria uma gema mais consistente... Onde tinhamos a consciência que Giselda era muito mais que uma personagem de Maurício de Souza; era amiga e companheira de Chico Bento...

Bons tempos...Foi-se o tempo em que doces e meigas galinhas podiam siscar livres, soltas...iam e vinham tranquilamente...É preciso proteger nossas galinhas. Ou os pintinhos... Ou as coxinhas, os peitos, as asas, as sobrecoxas marinadas no vinho com ervas; assadas com aquele leve sabor de alecrim e alho poró...hummmm...

Obs.: O deliciosa é somente no sentido figurado da leitura...nada pessoal...afinal como descrevi em um texto passado alguns cientistas acreditam que todos nós descendentes das galinhas...

domingo, 11 de março de 2007

O lado muito bom de chegar aos 30 anos



Minha amiga Nanda, do blog Vida e Solteira (link ali ao lado) faz 30 anos hoje...
Muitas mulheres encaram como um pesadelo que chega ou velhice batendo a porta, ou mesmo como se fosse o fim da jornada...Pessoalmente acredito que é o início de inumeras jornadas...
Jornada dos 30, 40, 50 , 60...
Jabor e Balzac definiram bem em épocas diferentes o verdadeiro encanto das mulheres de 30 e acima dos 30 é claro...
Balzac em seu livro A Mulher de Trinta diz que " A mulher de 30 anos satisfaz tudo";
E Jabor diz que " Uma mulher de 30 se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer equem quer. Poucas mulheres de 30 se incomodam com o que você pensa dela ousobre o que ela está fazendo"...

Quem sou eu para discutir com Arnaldo e Honoré? Afinal sou uma mulher com mais de 30 anos ...

Enfim, há 3 anos atrás quando ela completou 27 anos escreveu uma série de textos pré-30, como ela mesma os definou de TPT ( tensão pré trinta); E, em todos os seus textos pude perceber que ela iria encarar como uma batalha ganha; pois ela jamais se entregaria sem lutar e muito menos sem viver...O que quero dizer é...

Seja bem vinda aos 30 Nanda...

E como diz a letra da música da Corinne Bailey Rae...

" Girl, put your records on,tell me your favorite song. You go ahead, let your hair down. Sapphire and faded jeans, I hope you get your dreams. Just go ahead, let your hair down.
You're gonna find yourself somewhere, somehow..."



Desejo uma excelente Semana a todos...

sexta-feira, 9 de março de 2007

Devaneios de Aniversário

Dizem por aí que dos 30 aos 40 não se passam tão somente 10 anos...
Passam-se bem mais... Aqui entre nós, a mim está parecendo realmente assim...
Mas neste meio tempo, aprendemos que as cores vão tendo voz; que as vozes vão tendo cor; que os sabores têm sentimentos; que as musicas podem ter formas e que os pensamentos tem caminhos e endereços...
Aprendemos que aquelas palavras que saem pela boca não voltam mais, talvez por isto fiquemos mais cautelosos; e que ouvir é tantas vezes mais emocionante que falar...
Passamos a enxergar com muito mais qualidade, embora menos em quantidade e precisando de óculos para vista cansada, de sábia que é natureza humana, pois não distinguimos com tanta nitidez as rugas que vão aparecendo silenciosamente; vamos enxergando sim, os nossos silêncios internos e passamos a ter uma consistência maior deles... Com este passar dos tempos não precisamos de ruidosas festas e nem tão pouco de convencionalismos; passamos a desejar pequenos festejos de coração...
Festejos como versos esparsos, a lembrança daquele amigo e/ou amiga, um afago do amor, frases de mãe, carinho de filhos, um livro presente, uma orquídea, saudades sentidas e flores virtuais; carinhosas mensagens no celular, telefonemas de amigos queridos...
Com o passar dos tempos vamos nos permitindo mais liberdades...
Andar descalça, colocar uma saia rodada, andar sem camisa,sair sem destino, sentar em algum lago somente para escutar, criar...criar sempre...
Escolher nossas musicas...
Escolher nossas dores...
Chorar, porque não?
Sonhar e ousar muito mais do que aos 20...Usar sem medo, uma camiseta verde, vermelho ou amarelo, ou um vestido, mesmo que suas curvas já não sejam assim tão curvas...
Escolher sua comida e seu doce preferido...
Escolher dormir até mais tarde...
Fazer pouca coisa por obrigação...Ou somente o indispensável.
Saber principalmente que existe tempo para tudo.
Para a flor desabrochar, para a primavera chegar, para o sol aparecer.
Para as estrelas cintilarem na noite e nas nossas vidas. Para a borboleta ter asas.
Para o girassol correr atrás do sol.
Para vivermos...
Vivermos a cada dia...
Como se fosse este o dia do nosso aniversario...


Crônica inspirada no aniversário do Meu Querido Amigo Criador do CinePoemArte
Feliz Aniversário Dácio

sexta-feira, 2 de março de 2007

Bichinhos Daqueles...

Nesta madrugada comecei a escrever, escrever apenas para chamar o sono, quando senti uma coceirinha na perna; bati e cocei...percebi que algo caíu no chão, olhando com certo receio
(leia-se receio = medo e pânico de ser alguma barata), reconheci o minúsculo ser vivente, ainda recuperando-se da queda; tadinho, tão inofensivo, um bichinho...um simples bichinho...um bichinho “Daqueles”...
Não sei se alguém tem alguma idéia do espécime de tal inseto, a não ser que seja meu irmão ou os velhos amigos da antiga beira mar de Santos... Explico um bichinho “daqueles” é nada menos do que um daqueles serzinhos alados aos quais perseguíamos avidamente – há algumas décadas atrás – e prendíamos em seguida num recipiente qualquer; para ter o prazer de solta-los e os saber com vida...
Eram encontrados aos montes, às beiras dos brejos ou arredores de matagais... Em popularidade, só perdiam para os desengonçados cascudinhos (aqueles outros besouros pretos que vivem batendo nas coisas, na gente e nele mesmo), aliás, de pouquíssima personalidade...
Com os bichinhos “daqueles” a coisa era diferente: chamavam-nos a atenção pelo brilho das asas, pelo içar vôo, pela simplicidade...
Mantinham sua postura, causando-nos verdadeiro encanto.
Engraçado é que me lembrei que cada ser humano é, apesar de todos os outros, único a seu próprio modo...
Um bichinho “daqueles” é, antes de tudo, um anônimo... Nunca figurou em livros de Ciências - nem sequer foi identificado com um nome em Latim! Nem sei se tem família...
Se por acaso tivéssemos inventado um nome de batismo, ou biólogos mais detalhista divulgado seu verdadeiro nome, teria sido relegado ao lugar comum...
Mas o destino lhe reservara tarefa maior: eternamente anônimo, um bichinho “daqueles” irá transcender épocas e distâncias...
Fiquei pensando que será o bichinho “daqueles” não pertence a mim, ou ao meu irmão?
Ao menos com esse nome; ou se em algum outro lugar, dois outros irmãos (dois bons amigos, talvez) não tiveram a mesma idéia.
E, se nos encontrássemos, poderíamos finalmente fundar a APOBIDA - Associação de Proteção aos Bichinhos Daqueles!
Pois dentre as muitas escolhas que a vida nos oferece, se me fosse possível optar por outro destino que não o humano, já teria me decidido...Queria ser um bichinho mesmo...

Somente um bichinho Daqueles.