quarta-feira, 27 de julho de 2011

Alma Gêmea...

Olá, aqui é sua alma gêmea... Sim, sou eu, aquela pessoa especial que só existe neste mundo para completar você; A sua cara-metade, a tampa para sua panela; a pessoa mais importante que você poderá ter ao seu lado ... Aquela pessoa. “A” pessoa...Eu; Moi; Me.
Enfim, acho que você já entendeu...

Estou lhe escrevendo porque estou muito; muito preocupada com esta sua demora em me encontrar...E, querida alma gêmeas, esta demora está me matando...
Sabe eu quero realmente acreditar que o destino irá nos unir no final, embora nem sempre esteja muito segura disso...Você não está ajudando muito, alma gêmea. Não está.

Sabe aquele dia em que você não esperou a moça do caixa lhe entregar a nota fiscal, e saiu correndo pro cinema? É uma pena… Se você tivesse esperado, perderia segundos importantes do seu tempo, você não conseguiria driblar o trânsito, o que faria você chegar atrasado para a sessão... Ficaria do lado de fora, inconformado; E, iria me encontrar, tão inconformada como você... Nós reclamaríamos do cinema, do trânsito, falaríamos de como é difícil encontrar filmes bons e com algum conteúdo fora a demanda Comics atuais...Acabaríamos num café charmoso do centro, agradecendo por termos perdido o cinema e encontrado um ao outro. Mas…

Você não esperou a moça do caixa! Não esperou! Como pôde? Você não quer me encontrar? É isso?

E a academia que você foi fazer? Errado! Muito errado! Se tivesse feito pilates, teria me encontrado. Eu estava lá, na mesma academia... Poderíamos ter feito muitas coisas juntos. Fazer os alongamentos, descobrir onde nossos corpos poderiam ir...ah sei lá. ainda tenho o kama sutra guardado...Poderíamos re-posionar nossos caminhos... Mas não. Você quis fazer boxe... E eu quis um caso com o professor, que era um gato, achando que, dessa vez, era você. Só que não era...

Sabe aquele dia chuvoso, em que você saiu sem o seu guarda-chuva? E se eu estivesse passando por você na mesma calçada, preocupada com a chuva, e você tivesse como oferecer abrigo para mim? Você não pensa nisso, não é? E se naquele dia fosse eu quem estivesse de guarda-chuva para dividir com você, você não pode sair de casa com ele! Ou seja: saia de casa com guarda-chuva, sempre. Ou não, dependendo do dia. Você me entendeu.

Estou perdendo a paciência. É tudo tão aleatório… Você está lendo isso no aeroporto? Praça de alimentação? Escritório? Padaria? Olhe pra trás, pode ser eu. Tcsss tcs tcs… Errou de novo. Alma gêmea, não demore.

Olha lá, o professor da academia atravessando a rua...

sábado, 9 de julho de 2011

Saber ou Não Saber!

Às vezes é como se minha vida me espiasse do lado de fora da janela, com uma cara enigmática de quem sabe o que está por vir e se regozija com a minha bovina ignorância... E se tem coisa que me deixa inquieta, essa coisa é não estar a par do meu destino... Não que eu tenha a pretensão de planificá-lo perfeitamente, longe disso e Deusmelivre, mas não me agrada o clima de conspiração de fatores e variáveis completamente alheia à minha consciência...

Isso definitivamente balança a minha paz de espírito.

Um tantinho de surpresa, vá lá... Mas a sensação de que um tsunami se aproxima (ou um transatlântico 5 estrelas, que seja) e eu nem tenho colete salva-vidas à mão, nem comprei um biquini com saída de banho combinando, definitivamente, bagunçam o meu coreto.

Sim, eu SEI que a tal sensação essa é eu comigo mesma querendo que algo mude ou me preparando inconscientemente para decidir alguma mudança.



Eu sei. Tá. ***



sexta-feira, 1 de julho de 2011

Desejo...

O que nos diz o desejo

O alto preço de não lutar pelo que se quer

Nada é mais frustrante do que abrir mão de um desejo ou não lutar por ele; Nada! Nem a consciência de que realizá-lo seria frustrar o desejo de outros, ou de causar decepção, ou sofrimento... No final das contas, lá quando a nota é apresentada – por nós mesmos, diga-se – o mais difícil de pagar ou resgatar é o que não fomos capazes de fazer por nós mesmos. Amores que nos negamos, "nãos" que não dissemos, riscos que escolhemos não correr, loucuras que não cometemos, frases que engasgaram e engolimos de volta, trens que não pegamos, abraços que não demos, coisas incríveis que não compramos. É isso que vai pesar – nos dois sentidos – peso e tristeza.

A lembrança dos motivos pelos quais abrimos mão do que efetivamente queríamos não alivia essa dor de não ter tentado... Pense um pouco e veja se não é assim mesmo.

Sim, vocês, queridos amigos atento, vai dizer que isso acontece porque nossa configuração base de ser humano biologicamente programado para sobreviver é programada para detectar a falta e, portanto, o registro que fica é do que faltou, não da opção que fizemos e, portanto, do que tivemos no lugar...

Vamos sentir falta do amor que não tivemos porque isso é mais presente do que o que ficou em seu lugar; Vamos nos perguntar para sempre o que teria acontecido “se”, porque o que aconteceu em vez daquilo já foi vivido e experimentado; Vamos nos arrepender de não termos dito “não”, porque já sabemos o que houve ao dizermos “sim”...É possível. Mas que diferença faz?

Saber porque isso nos faz mais falta e nos confrontarmos com a realidade da suposta permanente insatisfação humana nos apazigua o espírito? Nos faz menos frustrados, menos tristes, menos rancorosos? Saber que a falta que me dói mais é aquela pela qual eu não fui capaz de lutar para suprir, porque é mesmo assim que a cabeça funciona, saber que somos todos uns insatisfeitos de fábrica, muda alguma coisa? Não me parece.

O que fazer então? Será que para nos darmos por felizes devemos necessariamente nos tornarmos inconseqüentes, descabeçados, impulsivos, inescrupulosos? Acho que não.

Sabemos perfeitamente discernir o que é importante, vital, essencial do tal aquilo que queremos de nós. Isto é, apesar de todo blábláblá, muito fácil. Basta pensar um pouquinho, não mais do que alguns segundos, e sabemos muito bem se aquilo que se impõe ao nosso desejo é o que faz da gente a gente mesmo, ou se é mero capricho ou vaidade. Podemos optar por ser outra coisa, podemos aquiescer, desistir, entrar em outra fôrma, tentar uma outra forma, mas o sabor virá amargo, mais cedo do que se imagina.

Se é verdade que desejamos sempre o que não temos e que boa parte daquilo que queremos não vamos conseguir ter, que nos reste a satisfação de termos lutado por nossos desejos.

É uma boa maneira de prestar contas a nós mesmos, porque é o máximo e o mínimo que podemos fazer.