segunda-feira, 15 de outubro de 2007

E Por Que Amanhã Será 16

Feliz aniversário.
De Drummond para mim.


Para você ganhar belíssimo ano novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz...
ano novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(bem vividos e muitas vezes sem sentido)

para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(começando sempre pelo interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de agora as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de café com pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, que ás vezes não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o ano novo
cochila e espera desde sempre.


No meu MP3 tocando Sá Marina com Wilson Simonal...
Beijão

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