sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

"Ridículo" é uma palavra comum, empregada diversas vezes no dia-a-dia; Pensando bem podemos dizer que o ridículo faz parte do nosso cotidiano...Ainda mais neste país...

Mas "ridículo" tem sinônimos (ou quase) mais elegantes, tais como o equivalente “risível” e o agressivo "grotesco" que são bem menos aplicados em situações ditas normais... É isso o que é de vez em quando: grotesco. Sem aspas nem nada, porque elas, aqui, tinham apenas a função de destacar uma palavra das outras, metalinguagem. Não sendo isso, é risível mesmo...

E há circunstâncias em que a sensação do ridículo passa discreta como um elefante trajando roupa laranja pela nossa frente...

Sentir-se ridículo ás vezes embrulha o estômago, de vergonha ou ansiedade. Sendo que este embrulhar pode ser de forma discreta (mas deliciosa) alegria... Sentir-se ridículo pode dar raiva também; Constrangimento ou trazer algum dano íntimo momentâneo moral... Muitas vezes sentimos vontade de chorar por ter sido tão ridículo...E percebam, que o tão geralmente entra quando a vaca foi mesmo pro brejo...Que ridícula...A vaca é claro!

Fernando Pessoa, que mais elegante talvez não haja na escrita, falava no ridículo. Chamava as cartas de ridículas, quando eram cartas de amor... Ridículas.

Mas quem nunca foi ridículo? Atire a primeira pedra quem não passou pelo ridículo...

É risível achar que a elegância dura o tempo todo... Seja lá onde for.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Devaneios Matinais...

Nestes últimos tempos percebi que tenho sentido um verdadeiro asco ao ler e/ou escutar às notícias do que anda acontecendo no Brasil e no mundo; A diferença gritante é que lá fora as pessoas=autoridades são punidas e perdem seus cargos. Em casos extremos alguns até se matam...de vergonha...

Sendo assim está decidido; se as coisas continuarem indo de mal a pior e tudo mais der errado, eu largo tudo e abro uma lojinha de geléias em Santorini, na Grécia; ou em Mirandópolis, interior de São Paulo.

Irei passar os dias entre potinhos coloridos e saborosos... Meu trabalho vai ser atender as pessoas que chegam querendo uma coisa simples: geléia. Se elas quiserem qualquer outro produto, ou se começarem a complicar, poderei dizer sem medo, que elas devem ir embora e procurar outro estabelecimento, já que no meu, só vendo geléias.

Está lá no letreiro “loja de geléias”... Não tem mel... Não tem lata de tinta. Só tem geléia.
Não vou correr o risco de alguém perguntar algo que eu não sei...
O cliente vai entrar na minha loja e dizer: “oi, quero um pote daquela geléia, quanto custa?” E eu vou responder: “Cinco reais”... Aí, ele vai tirar uma nota de 20 reais do bolso, putaqueopariu, mas como eu serei uma pacata e dócil dona de uma loja de geléias, irei sorrir e dar o troco de 15 reais pra ele... E pronto, irá embora mais um cliente satisfeito, levando seu pote de geléia...
Ah, como é boa a sensação do dever cumprido! No fim do dia, eu fecharei o caixa, e perceberei que só vendi 20 reais, e tive uns 8 reais de lucro.
Ainda assim, irei embora feliz, porque estarei rumando para a minha casinha com uma cerquinha branca e um porco no quintal...

Pensando bem, posso fazer isso mesmo se tudo o mais der certo.
Talvez seja melhor do que ser executiva, analista, sapateira ou abrir a “Você Limpa e eu Dou o Brilho Inc” com aquela pasta milagrosa que e mesma irei inventar, que eram as minhas outras opções...

Seja lá qual for o empreendimento, de uma coisa terei certeza...

Nem todos os cartões serão aceitos!

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Receita de Geléia de Jaboticaba

Ingredientes:
400 gr jabuticaba
200 gr açucar

Modo de Preparo:
1 - Coloque as jabuticabas lavadas interiras (com casca e caroço)no processador e bata a velocidade média ( botão 2 ou 3) por aproximadamente 4 minutos (Assim, as cascas e os caroços serão completamente macerados).
2 - Leve ao fogo a jaboticaba macerada ...deixe soltar toda a água da própria fruta...adicione o açucar quando temperatura chegar aproximadamente à uns 90 graus, cozinhe por 45 minutos.
3 - Guarde a geléia ainda quente, em potes de vidro (escaldados, limpos e secos) na geladeira.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Alguém me explica...

No Café do Ponto saboreando um Café Caramelo, uma deliciosa e calórica mistura de: doce de leite, café espresso, sorvete de creme, chantilly e crocante de caramelo, e folheando uma revista...

- Oi. Estou atrapalhando você?

- Não! – eu respondo, com um sorriso simpático (juro)

- Você deve estar pensando: “será que esse chato não vai embora?”

- Não, eu não estou pensando isso... Cara, estou te dando sinal verde; pode continuar, evolua...

- Porque se eu estiver sendo chato...

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Fala Sério...Tá de sacanagem, né?


Happy Valentine's Day...

E um ótimo fim de semana...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Se...

Se eu pudesse ser um sentimento, seria a FÉ. Não uma fé religiosa e devota a mistérios divinos...Seria uma fé maior...Seria o tipo de Fé que tivesse por fundamento aquelas coisas que nos fazem ficar bobos e, na maioria das vezes espantados...

Iria jogar na cara dos muitos céticos de plantão (inclusive eu mesma, ás vezes) que pessoas sobrevivem soterradas, depois de terremotos, por dias e dias a fio; Mostraria reportagens antigas e recentes contando histórias de gente que sacrificou a própria vida para salvar outras tantas...Falaria de mães que têm quatro empregos para dar a frestinha de um futuro melhor para os filhos; E contaria também dos meus pais, que, loucos como são, fizeram de tudo para me dar um futuro melhor, apesar de tantas adversidades...

Se eu fosse a fé exibiria como troféus gente que perdeu toda a família e conseguiu amar de novo, com plenitude...Gente que nasceu e viveu em jardins cheios de ervas daninhas e se transformou em planta viçosa...Sem falar naqueles que mostram generosidade tocante quando têm tão pouco para dar.

Ahhh, se eu fosse a fé...

Se eu fosse a fé seria irônica e perguntaria em tom debochado quantas vezes o sol nasceu e se pôs diante dos seus olhos, quantas estrelas caíram sem avisar, quantas luas cheias inadvertidas brilharam em suas noites...Aliás, perguntaria também por que será que as maiores dores não deixam cicatrizes?

Se eu fosse a fé apontaria para gente de bem, que ganha pouco, sua muito, para que muitos de nós possamos ter uma vida melhor, gente que é feliz com menos de 10% do que ganhamos...

Pensando bem...Se eu fosse a fé, quanto tempo conversaríamos? Quanto tempo seria necessário para você compreender que não dou ponto sem nó, não perco nenhuma batalha? Porque carrego na mala tantos milagres que nem dá para imaginar.

Se eu fosse a fé, seria tão poderosa, tão determinada, tão segura e confiante, que me sentiria à vontade para usar como slogan um lugar comum: não há mal que dure para sempre.

E, se eu fosse você, entenderia que não se vai muito longe sem mim...


* Post dedicado à um querido amigo que está ultrapassando um momento difícil...E disse ter perdido a Fé.